Realizamos no passado dia 14 de dezembro uma vistoria a um apartamento T2 com área privativa de 90 m2 e com um uma área dependente de terraço de 107,5 m2.
A cliente, após a aquisição da fração, aproximadamente à 18 meses, começou a detetar o aparecimento de humidade nas paredes da envolvente exterior e na parede divisória entre o quarto 2 e a instalação sanitária.
A informou-nos que reportou tal facto ao promotor/construtor e que este se deslocou mais de uma vez ao apartamento para efetuar as reparações, só que os problemas continuam recorrentes.
A vistoria realizou-se, tendo por partida a descrição do aparecimento dos primeiros indícios de humidade que foram reportados ao promotor/construtor do prédio, isto é, nas paredes da envolvente exterior na zona social e quarto 2 e na parede divisória entre este e a instalação sanitária.
Na zona 1 inspecionada, parede envolvente exterior na área social, foi registado um teor de humidade, junto ao rodapé de 12% e que diminui para 0% a 0,50 m da cota de piso interior.
Na zona 2 inspecionada, parede envolvente exterior no quarto 2, registou-se o mesmo comportamento, mas com teor de humidade máximo de 16 %, no pilar junto à envolvente e ao nível do rodapé. Conforme foi medido o teor de humidade no desenvolvimento da face do pilar para o interior do espaço, confirmou-se que os níveis de humidade sobre o rodapé vão diminuindo até 9%, conforme nos vamos afastando da envolvente exterior.
Dado os teores de humidades detetados no interior da habitação, foi-se verificar os panos exteriores da envolvente, constatou-se que junto ao rodapé em mosaico do terraço aparecia afloramentos esbranquiçados e com zona do reboco empolados.
Perante o exposto, concluímos que as humidades detetadas nestes elementos verticais, derivam de uma deficiente impermeabilização do terraço, isto é, a tela não dobrou pelo menos 20 cm nas zonas das paredes conforme o procedimento construtivo de boa execução.
No quarto 2, na parede meeira entre este e a instalação sanitária, também foi alvo, por parte da cliente, de uma reclamação ao promotor/construtor.
As medições de grau de humidade na parede em causa, regista uma percentagem de 34 a 35 % junto ao rodapé e vai diminuído conforme vamos sondando a níveis superiores.
Este registo indicia que a parede se encontra com graus de humidade grave e conforme se vai medido o teor a cotas superiores o valor vai diminuindo, demonstra que se está a ocorrer o fenómeno de capilaridade, isto é, a origem do problema situa-se ao nível do pavimento. Como esta parede se situa mesmo na zona dos banhos, concluímos que a causa provável se deve no ralo de escoamento do poliban, ou na ligação deste à rede predial de residuais.